Vale ou Não a Pena Jogar Dragon’s Dogma 2?

Confira o artigo e assista ao vídeo da análise do influenciador Zangado sobre o jogo de RPG Dragon’s Dogma 2.
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E aí, aqui é o Zangado e hoje é dia de Vale ou Não a Pena Jogar, e o jogo que volta a aparecer, dessa vez para ser analisado por completo, jovens, hoje trago para vocês Dragon’s Dogma 2. Então vamos ao nosso ritual padrão: dê uma pausa nas coisas que estão fazendo, vá lá, lave as mãos, prepare um lanche leve para não engordar, acomode-se, fique bem confortável e venha comigo.

Dragon’s Dogma 2 é um RPG de ação e aventura para um jogador, com visão em terceira pessoa, desenvolvido e publicado pela Capcom, e lançado em março deste ano, 2024. Em 2012, tivemos o lançamento do primeiro Dragon’s Dogma, o qual já analisei para vocês. O jogo foi um sucesso moderado, com mais de 1 milhão e 300 mil unidades vendidas, fora a pirataria. O título também foi um pouco ofuscado na sua época, já que, nesse mercado, Skyrim dominava tudo.

Em 2013, o título recebeu uma versão “remasterizada” com updates e conteúdos novos, o que, ao longo dos anos, fez o título somar incríveis 8 milhões e meio de unidades vendidas. O criador de “Dragon’s Dogma” é um desenvolvedor muito reconhecido e querido pela comunidade de jogos, o carismático Hideaki Itsuno, presente na Capcom desde 1994 e trabalhando em títulos como Street Fighter e Devil May Cry.

Vale ou não a pena jogar do primeiro Dragon’s Dogma

Desde o início dos anos 2000, Itsuno tinha a intenção de fazer um RPG, mas somente em 2008 ele ganhou sinal verde. E mesmo após o sucesso, ele queria começar a sequência em 2013, o que não aconteceu. Após a conclusão de Devil May Cry 5, finalmente a permissão veio. Foram 5 anos de desenvolvimento, que enfrentaram muitos problemas, como a pandemia, orçamento, prazo, entre outras coisas.

Itsuno disse que “GTA 5” foi uma de suas maiores inspirações para Dragon’s Dogma 2, na questão de grandiosidade e liberdade, algo que Itsuno considera um espetáculo, e convenhamos, de fato é. A principal fonte de inspiração no quesito fantasia foi a consagrada série Game of Thrones, inspirada nos livros da saga “As Crônicas de Gelo e Fogo” de George Martin. Isso, somado ao fato de que ele pediu para a equipe jogar o primeiro jogo para idealizarem melhorias e sentirem a essência do primeiro. Também foram feitas muitas viagens pela Ásia e regiões da Europa para que eles pudessem se inspirar e concretizar um mundo medieval fantasioso.

Um Início Inusitado: O Prólogo de Dragon’s Dogma 2

Primeira Hora de Dragon’s Dogma 2

Dragon’s Dogma 2 se passa em um mundo paralelo ao primeiro. A história tem conceitos parecidos, mas são realidades diferentes, de acordo com Itsuno. O jogo se inicia com uma cena de um banquete em um castelo. Com todos se divertindo, um cavaleiro sobe ao lado do trono e pede pela atenção de todos. Este é Brant, um personagem recorrente na nossa história. Brant diz que por muito tempo a amada Vermund deles tem sofrido sem um monarca para guiar seu povo. Vermund é o nome da região, ou melhor, reino, que foi estabelecido por uma linhagem real de humanos por gerações.

Brant diz que décadas se passaram desde que a majestade Erland assumiu o trono draconiano. Ele afirma que os sinos ressoam na era dos governantes e eles finalmente podem celebrar a chegada de um soberano por direito, chamado de Sobran. Ele aponta para a entrada do salão onde vemos uma figura entrando sem mostrar seu rosto e todos aplaudindo, a câmera assume a primeira pessoa e sabemos que é o nosso protagonista.

Brant diz que encontra-se diante deles o herdeiro do trono, o escolhido pelo dragão como seu inimigo. A sorte finalmente trouxe o salvador deles, fazendo com que todos ali jurem lealdade. Nisso, a tela escurece como se o tempo congelasse, e uma voz masculina narra a cena por cima nos chamando de Nascen, ou em inglês, “arisen”. “Arisen” é o nome dado àqueles, inclusive ao protagonista, que foram escolhidos para enfrentar o dragão.

Dragões, como o título do jogo sugere, são os principais antagonistas e a força destruidora do mundo que ameaça a existência. O narrador diz que o nosso Nascen é quem terá de derrotar o dragão. E se ele quiser ver como o mundo é de fato, precisa abandonar a razão, deixar de lado o coração e a vida e demonstrar a vontade, pois nada além da ambição do nosso Nascen pode alterar o curso do destino. E nisso, nosso Nascen se ajoelha no chão com a tela escurecendo e nos levando à cela de uma área de escavação. O que acabamos de ver, que pode parecer inclusive o final do jogo, serve apenas como uma forma de mostrar que vamos retroceder para ver nossa jornada e nosso papel.

O dragão de Dragon's Dogma 2
O dragão de Dragon’s Dogma 2 – Foto: Divulgação

Na área de escavação, vemos um monte de celas em uma caverna com prisioneiros, e um grupo de guardas se aproximando. Nesse momento, inicia-se aquele belo momento que todo mundo gosta em um bom RPG, a criação e customização de personagem. Escolhendo alguns modelos pré-prontos para customizar ou podendo criar um absolutamente do zero.

Dragon’s Dogma 2 contém um dos melhores criadores de personagem dos últimos tempos. As possibilidades de criar personagens conhecidos ou aberrações multidimensionais são extremamente vastas. Você pode mexer em absolutamente tudo, desde estatura, forma de andar, muitas opções de definições no corpo, cabeça, tatuagens, cabelos, barbas, maquiagens e tudo o que pode imaginar. Não há muita feminilidade no jogo, mas você pode fazer uma linda personagem.

O grande diferencial aqui, que eu vou comentar mais à frente, é a possibilidade de criar um personagem de outra raça habitante do jogo, os leoterians, uma raça humanóide com traços felinos. Além disso, poderemos já escolher nossa vocação, que é a sua classe, que eu também explicarei mais à frente, só definindo sua primeira arma nesse momento.

O criador de personagens do jogo foi muito elogiado
O criador de personagens do jogo foi muito elogiado – Foto: Divulgação

Assim que criamos nosso Nascen, o homem à frente dos guardas, que é um feiticeiro que pediu para nos ver, conversa conosco e nos ameaça também. E nossa primeira missão é obedecer a ele como supervisor, e ir realizar nossas tarefas de escravo junto a outros peões. Peões são um conceito do primeiro Dragon’s Dogma e fazem parte da história, servindo ao Nascen e que eu explicarei mais à frente. O lugar é uma área de escavação à beira de uma gigantesca estrutura que parece um coliseu.

Enfim, não demora muito para algo acontecer, uma medusa surge, fazendo o supervisor mandar todo mundo lutar com ela, inclusive a gente, e essa batalha serve como tutorial. Obviamente, não a matamos, e daí um espírito encapuzado aparece e diz que devemos aproveitar a chance para escapar. Ele também afirma que perdemos a memória, obra de uma maldição.

Assim, o Nascen decide dar no pé. Com a ajuda de um companheiro do local, pulamos em direção ao mar, e somos pegos no ar por um grifo que os leva para longe dali. O título do jogo aparece enquanto o grifo leva ambos para outro reino.

Logo depois o grifo leva uma flechada, nos fazendo cair no meio da floresta. Ao despertar, o Nascen se depara com seu amigo sendo comido vivo na água por uma criatura que são conhecidos como marineos. Prestes a morrer, ele diz para não nos preocuparmos, pois há uma pedra perto chamada Pedra da Fenda e nos pede para encontrá-la.

Um grupo de cavaleiros chega e nos aborda, fazendo perguntas e falando sobre o grifo, e pede para os acompanharmos até uma fortaleza. E assim iniciamos nossa jornada.

Finalmente Livres: Começando sua Jornada em Vermund

Caminhar será uma das principais coisas a se fazer no jogo
Caminhar será uma das principais coisas a se fazer no jogo – Foto: Divulgação

Quando chegamos, uma bela mulher nos dá boas-vindas e confirma que somos o Nascen, alguns acreditam, outros não. Ao chegarmos na tal pedra da fenda, a mulher diz que é por ali onde eles, a legião de peões, cruzam para chegar a este mundo. As pedras da fenda são um conceito que já existia no primeiro jogo. Em Dragon’s Dogma, temos uma realidade de multiverso antes de ser moda: mundos coexistem através de algo chamado fenda, e peões podem atravessar entre mundos por essa fenda, sendo seres que carecem de emoções e vontade própria, criados para servir e seguir o Nascen. Dark Souls 1 também criou esse conceito para seu mundo desde “Demon’s Souls” com o sistema de summons.

A mulher nos introduz à pedra e diz para invocarmos o nosso peão, bastando utilizar os olhos da mente e visualizar o assistente leal. E nesse momento, iremos para a tela de criação de personagem novamente, onde iremos criar o nosso parceiro de jornada, nosso melhor amigo e peão principal. Aqui você pode usar a sua criatividade e fazer seu amigo imaginário, namorada, mãe, pai, irmão, seu gato em forma de leoterian, enfim. Mais para frente volto a esse assunto dos peões.

Um cavaleiro diz que acreditava que o verdadeiro Nascen estaria na capital, e isso significa que há um impostor. Nosso Nascen é mudo, falando apenas por textos escolhidos. O cavaleiro diz que devemos ir para Melve, uma cidade perto dali que foi atacada por um dragão há pouco tempo. Isso pois dizem que o Nascen tem conexões profundas com o dragão, e se somos o real Nascen, talvez lembremos de algo importante quando estivermos lá.

Quando chegamos em Melve, o lugar está devastado, e o Nascen começa a ouvir vozes e ter lembranças, sentindo fortes dores de cabeça, e desmaia. No momento que o Grifo levou a flechada, a câmera dá destaque a uma bela mulher, ela se chama Ulrika. Quando desmaiamos, assumimos uma gameplay em um campo de batalha contra um dragão, e essa Ulrika estava lá. Com nosso Nascen se sacrificando para protegê-la, o dragão arranca nosso coração e come. O dragão levanta voo e diz que de agora em diante nosso personagem é o Nascen.

Retornando ao presente, acordamos com Ulrika ao nosso lado. Ela se lembra do nosso Nascen, falando sobre termos a protegido contra o dragão e que ela acreditou que tivéssemos morrido. Mas Ulrika não faz ideia do que se trata de um Nascen. Ao final, guardas batem à porta, e mencionam que o governante de Vermund, que atualmente está se recuperando na capital, se tornou Nascen nessa aldeia de Melve; e se declaramos ser o Nascen, devemos ir à capital para resolver essas questões.

Assim iniciamos mais um longo caminho até a capital que é Vernworth, a maior cidade do jogo, rodeada por muros e um grande castelo com o falso Nascen. Ao chegarmos, seremos recebidos por Brant, que inicialmente nos trata mal, mas depois se desculpa, dizendo que precisava manter a discrição. Ele acredita em nós, e se dispõe a nos ajudar a conspirar para derrubar o falso Nascen e nos colocar no lugar. E é aí que o jogo começa para valer. Com uma campanha que vai de 20 a 30 horas de duração em média, mas, para quem busca o 100%, esse tempo triplica, talvez quadruplica, dependendo da sua dificuldade e forma de explorar.

Traições e Dragões: A História de Dragon’s Dogma 2

A capital do jogo
A capital do jogo – Foto: Divulgação

Bom, quanto à história, ela não é muito mais do que eu falei. Temos os 3 elementos principais de início, o nosso Nascen que é o escolhido, o dragão, e a falsa regente ou rainha. Essa é a questão que mais vai perdurar durante as primeiras horas, uma rede de intrigas políticas e mentiras, buscando estabelecer o lugar do nosso Nascen como o verdadeiro monarca e o escolhido. O dragão, fica em segundo plano.

O dragão, como eu mencionei, é a força cataclísmica e destruidora que ameaça o equilíbrio do mundo, explicações sobre como ele surgiu ocorrem em diálogos na história. Basicamente, o dragão busca um inimigo à sua altura, e ao comer seu coração, significa que ele o escolheu como adversário. Nessas primeiras horas, descobriremos que a rainha sequestrou o nosso Nascen após o ataque do dragão em Malve, pôs uma maldição nele para perdermos a memória e o vendeu como escravo para Battahl, o reino dos Leoterians, que são a raça de gatos, e não tem a maior amizade com Vermund, tendo conflitos por terem opiniões e posicionamentos diferentes a respeito do Nascen.

Brent diz que precisamos crescer na comunidade para fazer o nosso nome e daí sim, armar um plano para tomar o trono. Contudo, não vai ser tão melzinho assim, a rainha tem o poder de algo chamado o Caminho de Deus, que controla os peões a sua vontade com uma magia corrompida. Assim, teremos que descobrir de onde veio esse poder e tentar anulá-lo. A história é simples e direta para um RPG se você olhar a grosso modo, nem tudo precisa ser extremamente complexo e difícil de se entender. É uma história do bem versus o mal. Mas o que enriquece a trama são as suas subtramas, bem como os diálogos que, como qualquer bom RPG, é recheado de enredo.

A história principal te desprende depois de algumas horas e você estará livre para desbravar, mas depois que ela engata na reta final, há diversas revelações e um desenvolvimento interessante, apesar de que o dragão, de fato, fica em segundo plano. Ele tinha potencial para ser um ótimo antagonista, mas não foi bem explorado, infelizmente. Até o momento, sabe-se que o jogo tem 4 finais possíveis com notáveis diferenças e precisando ser feita uma série de requisitos para conseguir os “verdadeiros”, fora as micro decisões em side quests ao longo do caminho, que vão tornando cada jornada única. O jogo traz suas vozes originais e legendas em Português. As vozes são boas no geral, mas o que pega mais são as expressões faciais das pessoas, que atrapalham a imersão das cenas.

Espadas, Arcos e Magias: A Jogabilidade do RPG de Ação

Dragon's Dogma 2 traz as clássicas classes, como o arqueiro
Dragon’s Dogma 2 traz as clássicas classes, como o arqueiro – Foto: Divulgação

E como o jogo funciona… Dragon’s 2 funciona de diversas maneiras, e é simplesmente uma bagunça. Para um novato que nunca jogou o primeiro ou não entende a ideia, vai se surpreender, positivamente ou negativamente. Você anda, corre, pula, agarra objetos, pessoas e monstros, e arremessa, escala criaturas gigantescas, executa ataques físicos ou dispara projéteis. Os demais movimentos estarão associados ao seu estilo ou vocação.

No total, o jogo possui 10 vocações que são as suas classes. Inicialmente, quando criamos o personagem, podemos escolher 4: combatente, arqueiro, mago e ladrão. Combatente é o clássico cavaleiro de escudo e espada, rápido e eficiente nos movimentos para combates corpo a corpo de curta distância e defesa com armaduras. Arqueiros são clássicos e sem explicações, com apenas golpes de chute como ataques físicos. O jogo se torna um semi FPS, você pode mirar e atirar as flechas, ou atirar automaticamente, contendo uma resistência média por parte de armaduras.

Enquanto isso, magos são um misto entre suporte, ofensiva e defensiva. Também se tornando um FPS, você pode curar aliados e encantar armas, gerar magias que protegem e curam, e lançar magias de dano. Por natureza, contém uma fraqueza maior na questão física e caem com facilidade. Por fim, os ladrões são uma ótima classe e totalmente subestimada. Rápidos e meio frágeis, são versáteis em combate por conta da velocidade e uso de lâminas duplas que desferem golpes consecutivos, drenando rapidamente a vida de inimigos.

Após isso, surgirão outras. Guerreiro, espadas e armaduras pesadas, lento, mas com ataques poderosos, que talvez fizessem diferença maior em outro jogo, aqui é bem mais ou menos. Feiticeiros liberam ataques poderosíssimos em área, lançam magias a médias e longas distâncias, sendo bastante frágeis.

Temos 3 classes que são consideradas híbridas: lanceiro místico, uma das melhores classes do jogo. Focada em ataques corpo a corpo e magia, utilizando lanças duplas com uma vasta movimentação de golpes com magias de buff na lança, e as arremessando como projéteis, é uma classe ótima para mobilidade e se livrar de vários inimigos ao mesmo tempo. Arqueiro mágico, uma vez destravado, você nem precisa utilizar o arqueiro padrão. Como o nome diz, é o arqueiro com foco em magia, podendo definir os tipos de magia que seus arcos e flechas vão lançar e serem buffados, uma das melhores classes do jogo e com elementos bem poderosos. E por fim, temos a classe ilusionista, uma das mais divertidas e versáteis, podendo fazer alterações em cenário para você se locomover e ver através de paredes. Você pode criar clones, jutsus, fumaças e efeitos mágicos entre inimigos para se atacarem, além de buffs para você e seu peão.

Há também classes híbridas
Há também classes híbridas – Foto: Divulgação

Finalmente, temos a objetivamente melhor de todas, chefe de guerra, uma classe que te permite misturar armas e habilidades, você praticamente coloca o que quiser aqui. Em Dragon’s 2 você pode mudar a sua vocação a hora que quiser, basta ir nas cidades e no estabelecimento de guilda. Está jogando de guerreiro e quer mudar para arqueiro? Pode, o único requisito é gastar uma moeda de pontos chamada disciplina. Disciplina é ganho quando você upa de nível. Você faz quests, mata monstros e tudo te dá XP. Atingindo certo número de XP, você upa de nível e os status do seu personagem aumentam, e nisso você ganha um pouquinho de disciplina, é acumulativo e tranquilo.

Companheiros para a Vida: Os Peões

Somos acompanhados por 3 peões durante o jogo
Somos acompanhados por 3 peões durante o jogo – Foto: Divulgação

Aqui, vamos a outro ponto super importante, o seu peão principal. Quem vai criar o seu peão, além da aparência, é você. Você define a vocação que quer que ele seja e vai administrar os upgrades. A melhor dica é manter um peão mago como principal, pelo menos inicialmente. Nas guildas, além de você poder mudar a vocação, lembrando que quando você faz isso você automaticamente ganha o set e arma padrão daquela vocação, você pode gastar pontos de disciplina em 3 abas diferentes.

A primeira são habilidades especiais via atalho, aquela que você segura um botão e aperta outro e libera um ataque especial podendo equipar até 4 habilidades de arma, uma skill. E por fim, as habilidades ativas da sua vocação, que são aquelas que você equipa para aumentar os status do personagem, como por exemplo, aumentar a agilidade, a força durante a noite, o máximo de vida e etc. É tranquilo mexer nas vocações e explorar as possibilidades de builds.

Ao mesmo tempo que você faz tudo isso com o seu personagem, você também faz com o seu peão. Você e seu peão têm níveis separados. Ele também tem os próprios pontos de disciplina, então é ótimo para administrar o que você quer desbloquear primeiro para utilizar.

Cada vocação tem níveis, podendo ser upadas até o nível 9 que é quando você domina a vocação e desbloqueia tudo que é possível dela. Para isso, é só ir lutando por aí, tranquilo. Cada vocação também tem a sua própria lista de roupas e armas restritas à classe. O jogo é de mundo aberto, quer dizer mais ou menos, já falo disso depois, e nas grandes e pequenas cidades e vilarejos, você sempre vai encontrar lojistas e vendedores.

Cada peão possui vocação própria
Cada peão possui vocação própria – Foto: Reprodução

Algumas vocações têm bem menos opções de vestimentas, e existem vestimentas que compartilham vocações. No geral, o jogo tem um número bem considerável de armaduras, embora não pareça: cerca de 90 sets entre calças, botas, capacetes, mantos, etc. No quesito armamento, não é tão variável. Algumas vocações têm de 10 a 20 armas e outras menos de 10, isso é zoado.

Na tela temos a barra de vida no rodapé e stamina abaixo dela. A stamina é gasta para você correr pelo mundo, mas em cidades você pode correr livremente. A stamina não gasta golpeando, ao invés disso, você gasta stamina em ataques especiais, e se esgotar, seu personagem ficará cansado e pode demorar a se recuperar. Geralmente peões te dão um leve boost de stamina nesses momentos, é importante ressaltar que, se você criar um personagem muito grande, ele gasta mais stamina correndo, e um personagem baixinho gasta menos.

E nisso também temos o outro sistema, o de peso, também afetado pelo tamanho do personagem, quanto maior mais peso, quanto menor menos peso. Esse sistema é uma porcaria, cada folha, fruta, anel e o que quer que seja, vai te deixar pesado. Não estou reclamando de ter esse sistema, trocentos jogos têm, eu só acho que aqui ele é muito punitivo e frustrante. Você pode compartilhar o peso com seus peões, e eles também irão ficar pesados. Resumo, você tem que gerenciar seus itens com mais cuidado do que outros RPGs que te dão mais tolerância quanto a isso.

Nas cidades existem as pousadas, e você paga para dormir nelas, se recuperando completamente. Você também pode comprar casas e dormir nelas. Assim como é padrão em qualquer RPG, temos o sistema de upgrade de armadura e armas, podendo upar até 3 vezes. Sim, são poucos upgrades, mas não são fáceis, o primeiro upgrade normalmente é só ouro para melhorar o equipamento. Já o segundo e o terceiro requerem materiais especiais que você coleta de monstros mortos ou no mundo.

Você encontrará lojas e pousadas em sua jornada
Você encontrará lojas e pousadas em sua jornada – Foto: Divulgação

Temos algumas armas elementais com poder de fogo, gelo, raio, isso tirando os buffs que podem ser aplicados pelos seus peões se tiver mago e feiticeiro. E bom, uma vez que você aprende tudo isso, é hora de explorar.

Um Mundo Enorme: A Exploração de Dragon’s Dogma 2

Dragon's Dogma 2 traz um mundo aberto para ser explorado
Dragon’s Dogma 2 traz um mundo aberto para ser explorado – Foto: Divulgação

Vamos então ao primeiro e mais discutido tópico que retornou de Dragon’s 1 e foi falado por Itsuno antes do jogo sair: o jogo é simulador de caminhada, se você acha que Death Stranding é simulador de correio, Death tem veículos e formas de você fazer estradas e melhorias pro seu caminho até o destino, Dragon’s é preconceituoso com montarias e aparentemente são seres inexistentes em um mundo que bois de 1 tonelada são usados como forma de transporte entre carroças.

Itsuno disse que o jogo não teria montaria por ser “muito divertido”… Ah tá… No início, quando tudo é novidade, você não pensa muito nisso. Mas logo você vai, e muito. As coisas irão se tornar maçantes. Se tivesse montaria, o gameplay reduziria muito o tempo, mas vai por mim, ia ser menos cansativo. Se liga. Tudo é a pé, você e seu peão principal, mais dois peões que você contrata.

Como Dragon’s é um jogo offline, Itsuno deu um jeito de introduzir uma mecânica online, seria bem legal jogar um jogo dessa natureza em coop com amigos, mas… Os peões são o elemento multiplayer do jogo. É como se você estivesse jogando com uma party de amigos, os outros dois peões que você pode contratar usando uma moeda chamada cristais da fenda, ou de graça, são peões de mundo feitos pela Capcom, ou de outros jogadores, assim como outros jogadores podem usar o seu peão, abordando o conceito dos peões de viagem entre mundos ajudando outros Nascens.

Podendo ver o perfil da plataforma deles, o nível, os peões ficam vagando pelo mundo do seu jogo, como se ele estivesse conectado em um servidor. Isso ocorre automaticamente, ou às vezes você mesmo, jogador, define missões de peão para eles fazerem em outros mundos e ajudarem jogadores. Um peão tem sua vocação, estatísticas, nível e personalidade, que pode ser gentil, calmo, simples e direto. O ideal é você mesclar as classes, e terem níveis semelhantes. Mas não há regra, faz o que você quiser.

Peões podem ser encontrados ao longo do mapa
Peões podem ser encontrados ao longo do mapa – Foto: Divulgação

Os peões são o ponto, eles falam o tempo inteiro, reagem às coisas que estão acontecendo, ou a história e NPCs e diálogos. No geral, eles te ajudam sempre, mas às vezes eles ligam a burrice artificial e caem em precipícios ou ficam lutando contra bichos que não é para eles lutarem. No geral, a inteligência artificial é impressionante: se você desmaiar, eles te levantam ou levantam outros peões, eles catam itens, abrem baús, carregam peões abatidos e trazem para perto de você, porque só você pode reanimá-los, se você cai de locais altos, eles te agarram se puderem, eles te guiam para os objetivos, ou para itens e locais secretos próximos.

Nas grandes cidades ou pedras pelo mundo, você pode interagir e ter um menu de peões, onde você vê todos os peões do seu nível ou próximos que estão conectados no servidor. Você pode favoritar os seus peões preferidos, porque peões morrem, e aí você pode recuperá-los nessas pedras, e contratar peões de amigos. É um sistema legal porque você acaba criando um laço com alguns deles quando eles passam muito tempo com você, e fica com pena de dispensar eles por outro só por ter nível mais alto, mas é natural do jogo de você ir trocando.

Você pode dar comandos, do tipo venha, fique, vá e socorro. Vá funciona para eles irem no caminho do objetivo, ou, às vezes o peão diz “mestre, eu sei onde tem um baú, posso ir lá, quer que eu te guie até lá?”, daí você diz, vá. Eles sobem em inimigos, no estilo shadow of the colossus, e como disse, falam o tempo todo. Novamente, no início, tudo é sensacional, eles fazem observações a party, só tem mulheres, está faltando um mago, se um peão for meio rude por conta da personalidade, outro que for gentil vai corrigi-lo e ser mais respeitoso com o Nascen.

Enfim, é legal, mas não demora para ficar muito repetitivo, e você enjoa. Nas grandes cidades existem as carroças que você paga para fazer viagens rápidas a outra cidade conectada. Não é para qualquer cidade, apenas a que tem estrada para esta. Dica, evitem viagens rápidas a noite, pois sempre que você faz uma, existe a possibilidade de você ser atacado. Sim, você é atacado em uma viagem rápida, bizarro, mas à noite, essa possibilidade aumenta muito, e por criaturas muito poderosas, que podem destruir a carroça, e te deixar no meio do mapa no escuro.

As carroças servem para viagens rápidas entre cidades conectadas
As carroças servem para viagens rápidas entre cidades conectadas – Foto: Divulgação

O mapa de Dragon’s Dogma 2 pode ser classificado como grande e pequeno, isso é subjetivo. Existem mapas gigantescos e vazios como de avatar, existem mapas gigantescos e bem colocados como Horizon Forbidden West, e mapas não tão grandes mas recheados de conteúdo, diferenças nas regiões e fáceis de explorar como o de Elden Ring. Dragon’s possui dois grandes reinos e 3 regiões diferentes.

Então temos o início com Vernum e sua capital Vernworth, uma região dividida entre favelas, classe média e nobres, e um gigantesco castelo rodeado de casas, estabelecimentos e arquiteturas. Temos Battahl que é a região desértica e lar dos Leoterians com a capital de Bakbattahl, lugar extremamente interessante e cativante, com um povo mais “selvagem”, ruas e casas dentro das montanhas do deserto, cheias de panos, tapeçarias e barracas com comércios. E, por fim, temos a ilha vulcânica para a etapa final, local que é fortemente inspirado na Islândia igual a Death Stranding e Game of Thrones.

Uma vez que você andou pelo mapa inteiro, você pensa “nossa, é só isso?” Tudo bem, que até você chegar nesse ponto, você já morreu mais que o Kuririn no Dragon Ball, enquanto você precisa se deslocar de um local para o outro e entender a geografia do lugar. Mas, no fim das contas, é bem decepcionante de certa forma, porque quando você fica calejado você quer locais novos e desbravar novas regiões, novos biomas, e não tem, o jogo simplesmente tem dois grandes reinos e capitais, algumas pequenas cidadezinhas e assentamentos e só isso.

Por sinal, o jogo tem milhares de rios e praias, tem uma enorme porcentagem de água, mas você não pode nadar por razões de história, caso você tente você é morto por uma criatura demoníaca subaquática mesmo em águas rasas, limitando ainda mais a sua exploração. Você se vê sempre em estradinhas, que o jogo dá um jeito de limitá-las com áreas montanhosas ou de grandes rochas escorregadias, que te forçam a seguir esse caminho.

Como mago, você tem a possibilidade de usar a habilidade de levitação, que te ajuda bastante a cortar caminho e fugir de confrontos. Em Battahl nós temos um sistema de “teleféricos” que você opera via manivela que fazem um X na região e te ajudam a se locomover por grande parte, mas, mais uma vez, o jogo também falha nisso. Não só é um porre você ficar movendo manivela para chamar o teleférico para onde você está e aí girar manivela de novo para ir até o destino, como acharam que seria super divertido um dos inimigos mais insuportáveis e implacáveis do jogo que são as harpias aparecer no meio do caminho a uma altura que elas não voam só para ficar te enchendo o saco e batendo em você e nos seus peões e dependendo da situação, ainda quebrar o teleférico. É doentio de idiota.

Ainda existe mais uma forma de locomoção, a pedra barca. Essa é vendida a 10 mil por comerciantes e vendedores andarilhos. 10 mil nesse jogo é dinheiro, porque as coisas demoram muito no início. Vai levar um bom tempo até você ter um fluxo de dinheiro confortável, e armamentos e armaduras também custam o olho da cara.

Pedras barcas podem ser encontradas em lugares muito específicos, podem ser dropadas por chefes, ou ser recompensa de certos NPCs para quests. Novamente, demora um tempo significativo até que você tenha um número considerável de pedras.

No jogo existem dois cristais de teleporte, um em Vernworth, e outro em um vilarejo chamado Harve. Mas, temos algo chamado Crystal Porto, são cristais de teleporte móveis. Novamente, é um item extremamente raro.

Mais Detalhes Sobre Dragon’s Dogma 2

O jogo traz belos monstros clássicos, mas a variedade decepciona
O jogo traz belos monstros clássicos, mas a variedade decepciona – Foto: Divulgação

Quanto aos inimigos, não há muitas opções, o que é um erro grave para um RPG. Temos clássicas criaturas, como goblins, orcs, lobos, lagartos humanoides chamados de Saurianos, insuportáveis no início do jogo, harpias, gosmas vivas, e alguns destes possuem variações. E há criaturas gigantes, que agem como chefes de mapa: ciclopes, trolls, ogros, minotauros, grifos, golens e dragões menores. Se você montar em voadores, eles podem voar de volta para seus ninhos, tentando te comer lá. Oh, a malícia.

Um detalhe, a noite é super escura, você tem uma lamparina sem vergonha, com o óleozinho que gasta por sinal, e o mundo fica muito mais hostil, como em Final Fantasy 15, e surgem inimigos únicos como fantasmas e mortos-vivos. Evite a noite nas suas primeiras horas, simplesmente evite. Uma das canalhices de Dragon’s Dogma 2 é meter inimigos muito mais poderosos que você, com 2,3,4,5 barras de vida em seu caminho, sendo que você ainda é um frango matador de goblin. O jogo não tem muita noção, de separar certas criaturas por regiões, e você vai se ver em batalhas de derrota certa, sem pedir por isso.

Os dias passam, então calcule bem suas rotas, e se a noite cair, procure fogueiras, limpe os inimigos próximos, e acampe até a manhã seguinte, que precisa ter kit de acampamento, e eles têm peso. Você, assim como em Final Fantasy 15, pode preparar uns rangos na fogueira também. Cuidado para não comer nada estragado, certos itens morrem ou apodrecem quando você os carrega. Para preservá-los, deixe-os em baús na sua casa ou pousadas.

À noite é necessário usar lamparinas
À noite é necessário usar lamparinas – Foto: Divulgação

Do mesmo jeito que eu disse que a IA dos peões é impressionante, dos inimigos não é diferente. Lobos podem voar no seu pescoço e te arrastar para longe para te destruir, para isso você usa o comando socorro, para fazer seus peões virem até você. Harpias podem te carregar, e se você está à beira de precipícios, elas te erguem e te jogam para morte certa. Irrita, mas é legal ver esse comportamento. E outra, inimigos são implacáveis, eles dificilmente desistem de te perseguir. Você pode entrar em uma cidade que eles entram também e causam um caos lá dentro.

Chefes ou Chefes de mapa são batalhas intensas, longas e complicadas, pelo menos no início. Chefes têm fraquezas elementais, explore isso. Ogros e Grifos odeiam fogo por exemplo. Dica, se você for arqueiro ou feiticeiro, acerte a cabeça. Se você usa ataques físicos, escale a criatura, e vá até a cabeça e golpeie. Escalar gasta stamina. O design dos monstros é muito legal, a movimentação deles é impressionante, e os combates são bem plásticos, e massa de se ver. Contudo, são pouquíssimas variações, e como você se move muito a pé, indo e voltando, e os inimigos te perseguem sem parar, você se vê obrigado a matar trocentas vezes os mesmos bichos.

Chefes incluem inimigos gigantescos
Chefes incluem inimigos gigantescos – Foto: Divulgação

Ainda encontramos por aí, grutas e cavernas para se explorar, algumas são bem profundas, recheadas de inimigos. Quanto aos controles, e jogabilidade, os controles são simples e fáceis de decorar para disparar suas skills. Correr, pular e escalar funcionam bem, mas a câmera costuma cagar em locais fechados.

O jogo também cria problemas, que nem deveriam existir. A falta de trava de mira frustra, chega a ser bizarro o jogo não aplicar esse conceito. Além da ausência de uma esquiva, mesmo para classes que são mais frágeis, o que nem tem sentido.

A física é outro fator positivo: você sente o peso do personagem, sente golpear e ser golpeado. A plasticidade dos movimentos é muito legal, e dá um charme para as batalhas. Também temos um sistema de crafting combinando itens para formar outros, sinceramente você esquece disso depois de muitas horas, além de que a interface do sistema é uma abominação. Para você entender o que tá criando e fazendo, dá preguiça.

As Missões de Dragon’s Dogma 2

Quanto ao sistema de quests, qualquer RPG que se preze tem uma diversidade de quests que são o que dão vida ao jogo, a busca por recompensas e histórias paralelas à trama, são o que definem uma boa aventura. Como Dragon’s Dogma 2 faz isso? É complicado… A começar pela ativação delas. Andando por aí, você pode ser abordado e te pedirem algo, ok. Perfeito. Em outros você precisa clicar na pessoa, isso é zuado, porque tem cidades cheias de NPCs, e clicar em todo mundo como um mendigo de quest pedindo “tem missão para mim? Tem missão para dar, moça? Dá uma missão para nós aí patrão? Dá essa força aí” é terrível.

Outra coisa, tem muitas quests que não te dizem exatamente onde você deve ir, apenas fala “acha isso aqui” e aí um dia, quem sabe Odin te ilumine e te dê esse item, ou “o seu objetivo tá marromeno por aqui, se vira”. Tudo é moldado para ganhar tempo de relógio, o fato de você ter que ir a pé, o fato de não te dizer onde é, o fato de você ter que voltar a pé para avisar que fez. Isso vai somando horas e horas de gameplay.

Tem missões de tempo também, se te pedirem, para ir salvar alguém, pare o que está fazendo e vai. Se você não priorizar isso, esquece, já era esse NPC. Ainda existem quests que trancam outras quests, e quests que são interrompidas no meio, quando você avança na história, por motivos desconhecidos. Às vezes é algo que não tem o mínimo de sentido, mas o jogo te condena. Por essas e outras, que os designs de quests são falhos em alguns aspectos, e você pode perder muita coisa.

Vou dar um exemplo de uma personagem e quest, Wilhelmina, a dona de um bordel que conhecemos em uma missão da história. Ela tem uma quest que pode diretamente influenciar na história principal, e para ativar, você deve dar um buquê de flores para ela no quarto dela. Inclusive, é uma mecânica do jogo dar presentes para personagens, com alguns gostando mais de coisas específicas. Buquê de flores é a linguagem universal do quero ter relações sexuais com vossa senhoria, pois temos romance no jogo, e você pode ser gay se quiser. Enfim. Você teria que dar o buquê para ela, mas você vai encontrar trocentas pessoas na net que não conseguem ativar essa quest, por 1001 motivos diferentes.

Algumas coisas bestas é um sofrimento para fazer. Quanto a dificuldade, se você jogou o primeiro, você provavelmente vai tirar de letra isso aqui, sem ter que pagar de preguiçoso e buscar build de internet. Caso não tenha jogado, mas tá vendo todo mundo jogando, e você quer tirar sua foto na tela de menu, com controle em cima da mesa pro Instagram, dizendo fim de semana começou: a chance de você dropar é bem grande. O jogo é confuso e complicado nas suas primeiras horas. Fora a sacanagem das quests iniciais, dos caras mandando você ir para bem longe, buscar alguma coisa que você nem sabe direito onde fica, e vai ter trocentos inimigos no caminho, com chance de anoitecer e chefes de cenário surgirem.

Os peões podem ajudar a completar as missões
Os peões podem ajudar a completar as missões – Foto: Divulgação

Então sim, o jogo te sacaneia, você anda muito, morre muito, fica pesado, não entende as quests, é só a carniça. Mas se você não desesperar e ficar choramingando, você consegue, as coisas começam a fazer mais sentido com o tempo, e da metade em diante, você derrete tudo em seu caminho, e percebe todos os erros que você cometia no início.

Mas no mesmo assunto de quests, nem tudo é ruim. O jogo nos dá uma boa liberdade. Algumas quests podem ir ganhando parte 2,3,4, dependendo das suas decisões e comprometimento, ou encerrar logo de cara. Isso é muito legal. Existem escolhas, consequências, e consequências definitivas. O jogo não tem checkpoint ou reloading, você tem que conviver com as suas ações, ou… você volta pro menu e carrega da última pousada ou acampamento que dormiu, talvez você perca um bom tempo de gameplay por conta disso, mas pelo menos você terá a chance de mudar sua decisão.

Nisso, também entra outro elemento de gameplay, as pedras vitalícias, uma pedra mística de ressurreição, item raro, mas você pode encontrar fragmentos delas por aí. Achando 3 fragmentos, você ganha uma pedra inteira. Quando você morre, pode usar essa pedra para reviver na hora. Mas você também pode utilizar essa pedra para reviver qualquer NPC no jogo, e isso, óbvio, inclui as quests. Caso um NPC importante morra no decorrer da mesma, se você tiver uma pedra nem tudo está perdido, basta ressuscitá-lo, e isso pode mudar o rumo de algumas quests. Vá até o cemitério da cidade, ache seu caixão e use. Todas essas possibilidades, estimulam o fator replay, mudando suas escolhas. Sua raça também influencia nas regiões. Contudo, mesmo humano, você pode comprar uma máscara de Leoterian e a vestir como disfarce.

No quesito flora, o jogo tem um bom número de animais, mas, sempre nos mesmos lugares, como se spawnasse só ali. Mesmo sendo uma grande floresta, está sempre no mesmo lugar. Temos cervos, porcos, bois, coelhos, morcegos, aranhas, ratos, peixes. Alguns desses são agressivos, e no geral servem para dar carne para você comer ou vender, mas não é necessário matá-los. Poderia haver mais biomas, assim como mais animais.

A trilha sonora é boa, bem mesclada com os momentos que vão ocorrendo. É aquela trilha medieval que quando precisa, é épica com coros e tudo mais. As músicas instrumentais nas caminhadas e cidades são bem folk e animadoras, além de NPCs músicos que tocam em ambientes e dão uma vida a mais.

Quanto a questão gráfica, o jogo visivelmente é datado e ultrapassado para um título da Capcom, utilizando a RE Engine ainda por cima, e que estava em desenvolvimento desde 2019. Devil May Cry 5 ainda é referência em gráficos e expressões, não dá para entender, o mundo é bonito, assim como sua ambientação, os detalhes dos monstros, pelagem, as águas, mas é ultrapassado, só não é um ultrapassado que te dá revolta, e sim decepciona. Mas dá pro gasto. De longe o pior são as expressões faciais, é coisa de 15 anos atrás.

Quanto aos loadings, 1 minuto para carregar seu jogo, 5 a 10s reloading e viagens rápidas sem interrupção. Com gráficos assim, poderia ser instantâneo, mas não. Nisso, entram problemas maiores, a performance, que já estava dando o que falar antes do jogo sair. No PS5 e no Xbox, o jogo é travado a 30 quadros, e não existe modo performance até o presente momento. Sem dar nenhuma justificativa, o jogo simplesmente corre a 30 em teoria nos consoles, e mesmo nos 30, cai quadros em certos momentos. E no PC? O jogo tem ‘n’ problemas de otimização.

E para aquela galera que gosta de peidar no elevador antes de sair, para deixar os outros putos, a Capcom deu uma peidada colocando 2 toneladas de microtransações. Microtransação sempre foi e sempre será o câncer da indústria, e como as pessoas insistem em gastar dinheiro com isso, principalmente em jogos de skins, não dá para ser otimista em relação ao futuro dos jogos. Porque sempre tem alguém para passar o cartão com isso. A desculpa é sempre a mesma, você não é obrigado, esses itens você pode conseguir no jogo. Diz o mamador da armadura reluzente, sempre disposto a defender empresas bilionárias.

Se esse jogo fosse da EA ou Ubisoft, a maioria ia cair matando, porque a galera gosta de zuar essas duas. Mas como não é, aí fica “ah não…não é bem assim”. Na questão de bugs, tem 1 zilhão, e acontecem o tempo todo, Inimigos parados, dentro de parede, deslizando, inimigo spawnando do nada na cidade, cervos vindo do céu… Alguns são engraçados, outros irritam, principalmente se ocorrem em quests que bugam, ou combates cagados. O jogo com certeza precisa de updates de correções.

Afinal, vale a pena jogar?

Os dragões de Dragon's Dogma 2
Os dragões de Dragon’s Dogma 2 – Foto: Divulgação

Dragon’s Dogma 2 traz uma história bacana, nada de especial. Contudo, as muitas variações nas secundárias dão um destaque a mais, e garantem um fator replay. Na questão gráfica e gameplay, ele mais parece um Dragon’s Dogma 1.5. Esperávamos algo muito mais modernizado, grandioso e belo. E temos um jogo datado nesses 3 aspectos, trazendo ainda uma performance duvidosa, com uma aparência de geração passada.

A pouca variedade de inimigos, no caso 20, andando a pé no vai e volta, com inimigos te perseguindo ao infinito e além, somado à dificuldade de você evitar alguns combates, deixam as coisas maçantes, e pode fazer muitos enjoarem e droparem. É um game desafiador, que diverte e frustra ao mesmo tempo.

O jogo pode não ter correspondido todas as altíssimas expectativas, mas, ainda sim, para amantes de RPG e que gostam de um desafio, não dá para ignorar. O caminho inicial pode ser difícil, mas no momento que você pegar o jeito e começar a se sentir de fato forte, você vai ter mais calma para explorar e realizar as quests sem medo da noite e da distância. E aí a experiência pode se tornar bem divertida. Quem jogou e gostou do 1, pode ir sem medo. Agora quem não jogou, coloquem na balança o que ouviram hoje, e para quem não está acostumado com RPG, mas ainda sim quer arriscar, espera uma boa promoção, para não se arrepender.

E bom jovens, então é isso. Grande abraço, valeu, falou, e até… Até mais!

Edição do artigo: Lucas Savicki

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