Vale ou Não a Pena Jogar Rise of the Ronin?

Confira o artigo e assista ao vídeo da análise do influenciador Zangado sobre o jogo de RPG de ação Rise of the Ronin.
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E aí, aqui é o Zangado e hoje é dia de “Vale ou não a pena jogar”. Este jogo está de volta após o seu vídeo de uma hora, desta vez para ser analisado por completo. Jovens, hoje lhes trago Rise of the Ronin.

Então vamos ao nosso ritual padrão: dê uma pausa nas atividades que estão fazendo, vá lá, lave as mãos, prepare um lanche leve para não engordar, acomode-se, fique bem confortável e venha comigo para a Ascensão do Ronin.

Trata-se de um jogo de ação e aventura com elementos semelhantes aos Souls, desenvolvido pela Team Ninja, criadores de Nioh e Wo Long, sobre os quais já fiz análises aqui no canal. Publicado pela Sony, foi lançado em março deste ano, 2024.

O jogo foi anunciado em setembro de 2022, chamando a atenção por ser um mundo aberto, além de ser menos fantasioso do que Nioh e Wo Long. Os produtores afirmam que o desenvolvimento ocorreu desde 2015, sendo até então o projeto mais ambicioso da Team Ninja.

Contextualizando a história de Rise of the Ronin

Rise of Ronin se passa no Xogunato do Japão
Rise of the Ronin se passa no Xogunato do Japão – Foto: Divulgação/Press Kit

O jogo traz em sua história o período do xogunato. Já falei muito sobre a história do Japão aqui no canal, nas análises de Ghost of Tsushima, Warriors of Fate, além de Nioh e Wo Long. Então aqui vou explicar mais algumas coisas, mas não tudo, para não ficar repetitivo.

Ronin se passa no período do xogunato, que possui diversos nomes, mas é comumente conhecido como o período do xogunato ou Edo. Ocorreu por mais de 800 anos, indo de 1603 até 1868, durante o xogunato Tokugawa. O termo “xogum” significa comandante do exército, um título conferido pelo próprio imperador.

O período foi liderado pela família Tokugawa, e o primeiro xogum foi Tokugawa Ieyasu, considerado um dos três grandes unificadores do Japão, ao lado de Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi. Iniciou-se após a batalha de Sekigahara, que encerrou o xogunato anterior. Este período foi marcado pelo crescimento econômico, social e cultural do Japão, além de políticas de isolamento de estrangeiros, paz, arte e cultura, trazendo ordem imperial ao país. No entanto, também foi considerado uma forma de poder ditatorial e corrupta, passando por hierarquia familiar, o que gerou revolta entre o povo com o passar do tempo, que se via oprimido e sem liberdade.

Uma característica do xogunato e dos líderes samurais eram as intrigas, alianças entre si e eliminação de inimigos e figuras de poder locais e estrangeiras. Ronin, assim como todos esses outros jogos citados aqui, mistura fatos e figuras históricas com ficção e liberdade criativa.

O Enredo de Rise of the Ronin

Zangado jogando a primeira hora de Rise of the Ronin

Vamos começar pelo enredo. O jogo se inicia com uma cena narrada que nos apresenta algumas informações sobre a história e o xogunato. Há três séculos, no período de 1860, o Japão se unificava sob o xogunato Tokugawa, fechando as portas para o resto do mundo. Entretanto, o conflito tomava conta da superfície, com os senhores feudais, conhecidos como daimios, permanecendo sob vigilância, sendo leais em público, mas internamente em conflito.

Na região das montanhas de Kurosu, as pessoas se preparavam para a rebelião. Assim, vemos cenas de um massacre de civis ocorrendo durante a noite por conta dos samurais, a mando do xogunato que descobriu as intenções de rebelião. E, em meio a essa cena, duas crianças gêmeas se escondem e veem sua família ser assassinada.

Antes de serem mortas também, uma velha salva as crianças. Então, o narrador diz que o xogunato não contava com outra arma sendo forjada em Kurosu, os guerreiros conhecidos como a Espada Secreta, assassinos anônimos. Essa velha é conhecida como a Forjadora. Ela treina os gêmeos e os chama de Lâminas Gêmeas. Separados são formidáveis, mas juntos são imbatíveis, unidos eternamente pelos laços do destino.

E com isso, iniciamos a criação e customização de personagem em tela, é a mesma coisa já dita nos vídeos de Nioh 2 e Wo Long. É uma customização ótima, rica e com várias opções para mexer, podendo alterar detalhes do rosto, cabelos, barba, maquiagem e tatuagem. Não é uma customização totalmente livre para criar monstros do pântano, mas é boa. Um ponto importante a se mencionar é que, por padrão, temos um homem e uma mulher, um casal de irmãos, que você customiza e cria como quiser. Mas, se quiser, você pode criar dois irmãos ou duas irmãs, customizando ambos, mas terá que escolher quem será seu personagem.

O jogo é um prato cheio para amantes de samurais
O jogo é um prato cheio para amantes de samurais – Foto: Divulgação/Press Kit

Após a criação ser concluída, podemos escolher a classe do personagem, como assassino, dizimador, sedutor, sabotador, iniciante e sem afiliação. Elas se diferem em força, inteligência, destreza e charme, além de começarem com alguma habilidade especial liberada e armas iniciais indicadas. Lembrando que, assim como em qualquer jogo Souls, você faz seu caminho, isso serve apenas para iniciar.

Vemos ambos dentro de uma cabana no vilarejo da Espada Secreta, e este início serve como nosso tutorial e nos pede para irmos até a Forjadora. Escolhemos nossas duas armas principais e vamos. Ao chegarmos, lutamos com ela, mais um tutorial.

Ao final, a Forjadora diz que tem uma missão para ambos, dizendo que os navios negros dos Estados Unidos estão ancorados perto da costa de Yokohama, cidade do Japão localizada ao sul de Tóquio. Ela diz para as lâminas entrarem no navio e roubarem a mensagem secreta que está com o comodoro Perry, e se possível, matar Perry.

Nesse momento, ao questionarmos ela sobre o que é a mensagem, a Forjadora responde que o xogunato fechou um acordo com os americanos, e isso é motivo suficiente para eles atacarem, com o clã das Lâminas se preparando há anos para esse dia em que eles declaram guerra aos Tokugawa. Assim, iniciamos a nossa missão.

Para dar mais contexto, o Comodoro Perry que vamos ver se trata do Comodoro Matthew Perry, e não, não é o Chandler de Friends. O período do xogunato na nossa história verdadeira teve fim em 1868, com o movimento iniciado pela Restauração Meiji, tendo esse nome por conta do imperador Meiji, que assumiu o seu reinado aos 15 anos.

O Comodoro Matthew Perry no jogo
O Comodoro Matthew Perry no jogo – Foto: Divulgação/Press Kit

A Restauração Meiji foi o processo de derrubada do xogunato para o restabelecimento da família imperial japonesa no poder do Japão, transformando a nação em potência regional e buscando abrir as portas para o mundo. No período de 1850, os Estados Unidos fizeram parte desse movimento com suas próprias ações no que ficou conhecido como a abertura do Japão.

O Comodoro Perry, já consagrado por conta da guerra entre México e Estados Unidos em 1812, buscava com sua tropa de navios ir até o Japão para restabelecer relações com o país. Lembrando que Perry não foi o primeiro americano a chegar lá, muito menos estrangeiro. Nos séculos 16 e 17, europeus negociavam com o Japão constantemente, além da tentativa constante de converter os japoneses ao catolicismo e a famosa passada de perna em trocas injustas, deixando os japoneses irritados e expulsando qualquer estrangeiro por mais de 200 anos até esse momento da chegada de Perry, que visava transformar o Japão em um mercado internacional, com uma série de motivações estratégicas, econômicas e de interesse das nações envolvidas.

Sua visita e tratado se referiam a uma parceria com os japoneses para abrir seus portos para os navios americanos para suprimentos e abastecimento. Nesse ponto da história, estamos com os grilados da história, que são a Forjadora e seu clã, no maior estilo “não vai subir ninguém” de Capitão Nascimento. Eles odeiam os americanos e o xogunato, e as lâminas seguem as ordens.

Ao completar a missão, enfrentamos Perry e a dupla o vence. Nisso, chega um samurai de máscara com o nome Demônio Azul, numa batalha que você deve perder. Ao final, rendendo as lâminas, ele está prestes a matar os dois. Nesse momento, devemos escolher com quem vamos jogar a campanha definitivamente. Ao escolher, o outro se sacrifica para que você fuja.

O tempo avança, e vemos nosso personagem com a velha perto de um túmulo. Em uma noite, samurais do xogunato atacam a vila do clã, e fazemos caminho até a velha. Quando a encontramos, a ajudamos a vencer os inimigos. Ela diz que percebeu que nosso personagem não aceita que a irmã morreu e vai abandonar o clã para ir fazer isso, o que seria um ato de traição. Daí, outra boss fight inicia e devemos matar a velha.

O protagonista é um Ronin, um samurai sem mestre
O protagonista é um Ronin, um samurai sem mestre – Foto: Divulgação/Press Kit

E assim, o protagonista inicia sua jornada em busca de sua irmã ou de sua outra metade. Chegando na região de Yokohama, a maior cidade portuária do lugar, ele começará a se aventurar pelas redondezas e conhecer as pessoas. Ele vai envolvendo-se com um monte de personagens como uma espécie de faz-tudo para todo mundo, para ir obtendo respostas para seu único interesse, que é sua lâmina gêmea.

Por mais que ele não queira se envolver, ele vai se ver no meio de uma guerra civil prestes a acontecer, entre aqueles que são a favor do xogunato e os que são contra. Vamos ter de tomar partido, e nossas decisões terão consequências, mudando a história, e personagens podem morrer ou sobreviver, proporcionando diferentes finais.

Mais detalhes sobre o jogo

Trailer oficial de Rise of the Ronin

A campanha principal pode ser concluída em 15 a 20 horas, mas para quem busca completar todas as atividades, esse tempo pode triplicar. O jogo está dublado em português, com alguns pontos a se considerar. No geral, a dublagem é excelente para os personagens principais, mas há coadjuvantes e NPCs que parecem ter sido feitos de maneira um tanto robótica e monótona.

Em certos momentos, o jogo opta por fazer os personagens falarem em seus respectivos idiomas, então é comum encontrar gringos falando em inglês durante o gameplay, mas nas cinemáticas todos falam em português. Nosso personagem não fala muito, o que tira um pouco da imersão. Na maior parte do tempo, ele se comunica por textos, escolhendo perguntas e respostas. Mesmo durante as cinemáticas ou missões secundárias, ele deixa os outros NPCs falando praticamente sozinhos.

Quanto à trama, ela tem sua qualidade, mas parece entregar demais e desenvolver de menos. Apesar das decisões que podemos tomar, não espere algo tão complexo como Baldur’s Gate, Mass Effect 2 ou Detroit: Become Human. Embora haja escolhas, não são muitas as decisões impactantes. A única coisa que realmente importa para o protagonista é sua irmã. No entanto, o jogo apresenta um número exagerado de personagens, o que torna difícil lembrar e se importar com todos eles.

Claro que haverá alguns personagens com os quais você se envolverá e gostará, como Ryoma, praticamente o melhor amigo do protagonista. Ele é um jovem galã com bom coração, um ronin que desertou de um clã. Ele tenta sempre fazer o que é certo e fica em cima do muro no meio dessa guerra política, mas até ele se verá forçado a tomar decisões. Ryoma realmente existiu, embora não seja claro se é a mesma figura histórica. É visível que a história é esticada para durar mais, com repetição de chefes, o que pode ser um tanto cansativo.

O que vale é que a trama aborda temas como família, amor, amizade, preconceito, colonialismo, honra e guerra, com aquele código oriental que emociona. No geral, é uma história interessante, embora tenha alguns clichês e seja um tanto previsível. Ainda há mais coisas a dizer sobre os NPCs, mas vamos seguindo que eu já volto nisso.

O Gameplay de Rise of the Ronin

Trailer oficial de gameplay

E quanto ao funcionamento do jogo, para quem já viu as análises, conhece ou jogou Nioh e Wo Long, será familiar. Em poucas palavras, é um mundo aberto nos moldes de Nioh. O jogo é uma mistura de Assassin’s Creed, Ghost of Tsushima, Sekiro e outros jogos da Team Ninja.

Podemos pular, correr, esquivar, abaixar e andar abaixado para furtividade. Infelizmente, não podemos escalar, o que faz falta na exploração do mundo, mas podemos nadar, embora sejam raros os momentos em que fazemos isso. Também temos um gancho para acessar locais altos e andar a cavalo. Podemos planar também, pois vamos desbloquear uma espécie de asa-delta.

Na tela, temos os atalhos de itens, que são customizáveis, e uma bússola clássica de Skyrim, marcando a distância dos objetivos, inimigos, e brilhando em dourado quando você está na área da quest, mas o jogo não marca exatamente onde está o que você veio buscar ou matar.

No rodapé, temos a barra de vida e a barra de ki, que seria equivalente a stamina. Essa barra diminui quando você ataca, bloqueia ou esquiva. Quando enfrentamos um inimigo, abaixo da HP deles, temos uma barra de postura. Quando essa barra zera, o inimigo fica exposto a um ataque crítico.

Assim como em Sekiro, o parry é essencial; aqui isso é chamado de contrafulgor, nome curioso. Se você pressionar o botão no tempo certo, isso vai consumir bastante a barra de postura do inimigo, então é ideal usar com frequência, principalmente em boss fights. Alguns chefes são muito rápidos e combinam ataques em sequência, então não é fácil dominar isso.

Existem status negativos que podem diminuir a barra de ki do inimigo. Por exemplo, se você repelir muitos ataques, isso vai causando pânico nele, e sua barra fica menor. Inimigos comuns podem sofrer o status de covardia, se você assassinar alguém na frente deles, eles se acovardam e a barra de ki ou postura deles zera automaticamente, deixando-os abertos ao crítico. Temos outros status negativos, como fogo, veneno, etc., padrão.

Sobre o combate, ele é variado nas armas, com o que já vimos em Nioh e Wo Long. Temos espadas grandes, katanas, sabres, katanas duplas, lanças, odachis, espadas curvas, e você até pode sair no soco. Cada arma te abre um leque de combos diferentes. O jogo trabalha com o já manjado sistema de loot e nível. Você tem um inventário com 2000 slots de itens; caso encha, vão para o seu depósito. Você pega armas e armaduras a rodo, com níveis, graus de raridade e status, além da mudança cosmética, algo muito legal.

Podemos ter duas armas principais, podendo alterná-las a qualquer momento, e duas armas secundárias, focadas na longa distância: fuzis, pistolas, shurikens, arco e flecha e até um lança-chamas. Algumas têm mira automática, outras você tem que mirar. Todas elas causam o status de pânico em inimigos. Cada arma empunhada não só traz combos naturalmente diferentes, como também varia em relação à nossa postura de combate, guarda alta, média ou baixa, batendo de forma diferente. Cada estilo também traz as chamadas habilidades marciais, que são uma skill com ataques especiais com aquela arma e postura.

O jogo inclui diversos tipos de armamento
O jogo inclui diversos tipos de armamento – Foto: Divulgação/Press Kit

Mais pra frente no game desbloqueamos a fúria de ki, onde, ao encher a barra de fúria, você vai disparar ataques poderosos por um tempo. Quanto às armaduras, temos opções para cabeça, torso, luvas e sapatos. Temos uma vasta quantidade, e estilos que mesclam entre os samurais e japoneses e roupas de americanos e europeus, com milhares de abordagens referentes a esse período histórico, deixando as aparências e estilos bem diversificados e legais. De extra, também temos 3 slots de itens que atuam como runas, dando status positivos.

Ganhamos XP, aqui chamado de Karma, e por consequência, level. Como eu comentei, nós temos uma árvore de habilidades, dividida em força, intelecto, destreza e charme. Mais para frente desbloqueamos a aba superação. Força é focada no físico, destreza se foca na velocidade, movimentação e ki, e inteligência e charme são parecidos.

Charme melhora estatísticas como descoberta de itens, cura, roubos e tudo mais, além de conter uma importante habilidade que é a oratória mentirosa; já em intelecto, são habilidades para uso de aparelhos e itens, conhecimento sobre remédios e aptidão para negócios. Aqui aprendemos a oratória persuasiva, persuasão, mentiras e intimidação, pontos chave se você quiser liberar algumas opções de diálogo com personagens.

Você pode intimidar alguém, fazer a pessoa desistir de lutar com você, persuadir alguém a te pagar mais por uma quest, e mentir para não revelar algo que você fez ou vai fazer. Os movimentos são simples, e a jogabilidade é boa, o que incomoda é a câmera, tornando-se um caos em diversos momentos críticos. Ela se posiciona de forma meio lateral e nas costas do personagem, dando ênfase no que o inimigo teoricamente vai fazer no seu campo de visão, mas a maioria dos cenários fechados fazem a câmera se embananar e ir para trás de pilastras e entrar no meio dos personagens, uma confusão.

A física é a mesma de Nioh e Wo Long; somos leves como uma pluma, não há uma sensação de realidade, nem mesmo quando acertamos os inimigos ou cavalgamos por aí. Mas, dentro dessa realidade do game, ela funciona.

Outro ponto crucial do gameplay são os Elos. Como comentei, conheceremos trocentos NPCs, e dezenas deles serão bots que poderão nos acompanhar em quests. Podemos jogar coop online em até 3 jogadores, dependendo da missão. A missão tem que dar a opção de online, de 2 a 3. Caso você não tenha com quem jogar, você coloca bots.

Alguns NPCs são obrigatórios para conhecer, outros você conhece em missões secundárias. Ao estabelecer um elo, você terá que desenvolver um relacionamento com ele, conversar, dar presentes. Existem presentes que eles gostam mais, e isso aumenta a barra de relacionamento e afinidade mais rapidamente. Aumentando seu elo, você desbloqueia mais diálogos, quests dele, e pode aprender novos estilos de luta e ganhar itens. Fora que, com uma afinidade alta, esse NPC em combate ao seu lado terá seus status melhorados. Isso é interessante, porque jogando em trio, você pode assumir os bots e jogar com eles, e o seu personagem vira um bot temporário. Sempre estaremos tomando decisões, pró xogunato, anti xogunato e neutras, e essas decisões vão afetar seu relacionamento com esses NPCs.

Rise of the Ronin traz muito conteúdo

O jogo inclui diálogos para melhorar a relação com NPCs
O jogo inclui diálogos para melhorar a relação com NPCs – Foto: Reprodução/Zangado

E o que temos no mundo para fazer? Podemos ativar os estandartes, que são nossas “fogueiras”, servem como checkpoint caso você morra. Falando nisso, quando você morre, perde parte do seu XP e precisa se vingar de quem te matou para recuperar. Os estandartes servem também para viagem rápida. O loading do jogo é rápido, de 1 a 3 segundos. Tudo muito rápido. E se você descansar em um, você recupera seus itens, mas os inimigos ressurgem, como num soulslike.

Temos também as áreas conturbadas. São locais que criminosos dominaram; você precisa limpar o lugar e restabelecer a ordem. Detalhe: sempre que você vai fazer algo assim, ou algumas missões mesmo, teremos objetivos opcionais, nos dizendo para matar os adversários formidáveis. Estes, obviamente, são inimigos diferenciados; a vantagem de matar um formidável é que você baixa a moral dos demais, e o ki deles fica menor. Limpando aquele local, ele fica livre para NPCs e outras atividades surgirem.

Missões de fugitivo são mini chefes espalhados. Fotografia, você tira fotos de locais específicos. Temos os NPCs padrão, ferreiros e comerciantes, que melhoram nossas armas e armaduras, vendem itens, etc. Inclusive temos estábulo, onde compramos cavalos e arreios melhores, que melhoram o status deles.

Temos áreas com minigames com o planador, com armas de fogo, cavalo, dojos, e um jogo de apostas. Temos espalhados baús de tesouro, altares, lugares emblemáticos e gatos, onde você deve encontrar e coletar. Tudo para gerar o 100%. Detalhe: algumas missões se passam em horários específicos do dia. Então você pode voltar para seu alojamento e descansar até a hora, ou usar um item relógio de bolso e avançar o tempo.

O mapa é subdividido em regiões, com um grau de % das coisas que você fez ali. Conforme você resolve as atividades, vai aumentando seu elo na área, fazendo você ser bem visto pela população, ganhando descontos e destacando outros pontos de relevância, marcando um altar, gato, tesouro.

Temos também o alojamento, nossa casa. Nela temos muitas funções. Na aba cuidado doméstico, temos nosso depósito de itens, serviço de gatos. Como eu disse, você coleta gatos no jogo, e eles se tornam seus. Na aba relaxar, você pode avançar o tempo, reparar a lâmina e redistribuir seus pontos. Redesenhar permite mudar o visual da sua roupa mantendo apenas os status, e a aparência permite mudar seu boneco.

Temos ainda a aba falar, onde seus elos vão te visitar, e você pode falar com eles. Cooperar, onde você organiza partidas de coop para invocar ou ser invocado. E o testamento da alma. A história do jogo se passa através dos anos, cada vez que você toma uma grande decisão, o capítulo muda, e o mapa muda. Então, o que ficou para trás, você perdeu supostamente de vez. Afinal, se um cara pede para buscar ingredientes para ele e você diz sim, você não pode voltar anos depois dizendo “tá aqui o que você pediu”.

Contudo, com o pergaminho, você pode retroceder no tempo quando quiser e completar as quests que ficaram para trás, além de desenvolver melhor seus laços, especialmente se o NPC estiver destinado a morrer em algum momento. Você também pode mudar suas decisões principais sem ter que reiniciar o jogo inteiro. Basicamente, é isso.

O mundo aberto do jogo

Utilizamos um cavalo para percorrer o cenário
Utilizamos um cavalo para percorrer o cenário – Foto: Divulgação/Press Kit

O jogo é vendido como mundo aberto, mas isso é questionável em alguns aspectos. Como mencionei, o jogo tem vários mapas que eu descreveria mais como minirregiões do que como um mundo amplo, de acordo com os padrões atuais. Não reclamo disso, afinal, para que ter um mapa colossal como o de Avatar e não ter nada além de visual? Já fiz uma análise sobre isso.

Como listado, o jogo oferece muitas atividades, incluindo colecionáveis, etc. Essas atividades só podem ser feitas jogando sozinho. Sempre que você for iniciar uma missão importante, será direcionado para o lobby, uma tela de preparação que, como mencionado, determina se você terá 1 ou 2 companheiros, podendo ser bots ou outros jogadores. Ao final, os jogadores saem do jogo. Toda vez que você faz essas missões, o jogo se torna como Nioh, você sai do mapa e vai para uma área fechada cheia de paredes invisíveis, em estilo corredor, com um chefe ao final. Jogar cooperativamente requer um rebalanceamento e torna as coisas bem mais complicadas.

O jogo não possui PvP, mas você pode ver os avatares de outros jogadores pelo mapa. Por exemplo, ao entrar em uma área conflituosa e ver um jogador preso, significa que ele foi derrotado ali. Então você pode libertá-lo e o avatar dele te ajudará a limpar o local. Você também encontra cães peregrinos de outros jogadores, podendo matá-los, mas se matar muitos avatares, sua cabeça fica a prêmio.

Sobre o mundo em si, é bonito, com animais, pessoas circulando e eventos aleatórios, como pessoas em perigo que você pode ajudar rapidamente. É agradável andar por aí e sentir-se no Japão feudal, embora não tenha a mesma atmosfera de Ghost of Tsushima, mas ainda é satisfatório.

E quanto aos aspectos técnicos?

Os gráficos in-game deixam a desejar para a nova geração
Os gráficos in-game deixam a desejar para a nova geração – Foto: Reprodução/Zangado

A variedade de fauna é limitada, incluindo pássaros, cães, gatos, lobos, javalis, galinhas, coelhos e cavalos. No entanto, a modelagem dos gatos e lobos é horrível. O jogo, quando foi anunciado, tinha uma aparência diferente e, à medida que mais vídeos e gameplays foram lançados, ficou claro que sofreu downgrades gráficos, o que é decepcionante para um jogo desta geração.

Existem diversos problemas com iluminação, texturização, atrasos de renderização e as expressões faciais, que deveriam ser pontos fortes, deixam a desejar, especialmente em uma história que requer demonstração de emoção.

A performance é boa, com poucas quedas de frames, e não posso reclamar muito, pois joguei bastante antes do lançamento e o jogo ainda receberá atualizações. Houveram bugs também, mas não muitos, especialmente considerando ser um jogo de mundo aberto.

Quanto à inteligência artificial, os inimigos são às vezes completamente surdos e cegos, enquanto em outras ocasiões têm uma visão excepcional. No entanto, seu comportamento em combate é simplesmente agressivo.

Quanto à trilha sonora, é um pouco complicado. O compositor do jogo, Inon Zur, conhecido por seu trabalho em jogos da Bethesda, incluindo Starfield, entregou uma trilha oriental guiada por instrumentos típicos do Japão, mas que acaba sendo genérica e não se destaca.

Rise of the Ronin tem uma história interessante, que poderia ser mais dinâmica, com menos personagens para desenvolver mais profundamente. Seu gameplay é simples, mas satisfatório. Parece algo de uma geração passada, com limitações visíveis. Há muita coisa para fazer, mas muita repetição apenas para estender a duração do jogo, o que pode se tornar cansativo. O que mais me incomodou foi o coop restrito a momentos específicos e a repetição de chefes.

Não me entendam mal, é um jogo bacana, mas poderia ser mais, poderia se destacar na multidão, mas optou por permanecer na zona de conforto e não se arriscar. Se você gosta de jogos como Nioh, Wo Long e Ghost of Tsushima, vale a pena ficar de olho em uma promoção e adquiri-lo. Você vai gostar.

E bom jovens, então é isso. Grande abraço, valeu, falou, e até… Até mais!

Edição do artigo: Lucas Savicki

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